sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pode ser você. Ou outro. - Parte II

Após o desastre do café, trocou de calça rapidamente, tentando não se irritar com a situação. No entanto, ao sair de casa, pisou com seu tênis branco recém-lavado em uma poça que tinha simplesmente brotado do chão. Para completar, um carro passou rapidamente, jogando uma onda de lama em seus pés, terminando o serviço de "enegrescimento" do tênis. Uma série de impropérios cabíveis àquela situação veio à sua mente, mas ele conseguiu se conter e ficar calado. Não sem descontar uma pequena parte de sua raiva em um poste próximo (o que lhe rendeu uma semi-fratura na mão).
Sujo, estressado, enraivecido e com a mão quebrada, continuou seu caminho pisando duro. Ao chegar na parada, seu ônibus estava vindo, graças a Deus, bem vago. Ele deu sinal, quase aliviado. Porém, o motorista não o viu e acelerou, jogando mais lama no tênis do pobre coitado. Agora, não deu pra conter. Os palavrões simplesmente jorraram, sem que pudesse contê-los. Para seu azar, uma senhora "de família" estava próxima, e começou a lhe dar um sermão, daqueles de doer os ouvidos. Ao subir no ônibus, quarenta minutos depois, suas orelhas ainda estavam quentes e um zumbido torturava seus tímpanos. Ele respirou fundo, passou na catraca e sentou-se, relaxando totalmente na cadeira. Finalmente, paz, pensou. Dois minutos depois, o ônibus parou e não moveu-se mais. Tinha dado o prego.
Ao chegar na faculdade, já tinha perdido mais da metade da primeira aula. As palavras do professor entravam em seus ouvidos como termos inintelingíveis de algum dialeto afro-hindu. Sua cabeça dóia, como se tivessem batido com um martelo em suas têmporas. Ainda tinha que aturar ver a moça que ele gostava de mãos dadas com o namorado. Tinha coisa pior?
Uma palavra do dialeto fez sentido em seus ouvidos: prova. O professor ia entregar a prova? Ah, mas ele achava que tinha ido bem, tinha estudado muito na véspera. A folha de papel veio da mão do "teacher" e caiu em sua cadeira como uma bomba: dois vírgula setenta e cinco. Basicamente, ele estava lascado.
(continua...)



Outro qualquer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ebaaaa!!!
Continuaçããão!!!!

=D