sábado, 31 de maio de 2008

Pensando em "voz" alta.

Como é fácil te ver e querer te conhecer.

Como é difícil te rever e dizer adeus.

Como é fácil chegar perto de ti e te abraçar.

Como é difícil te soltar e voltar à realidade.

Como é fácil sonhar com um beijo seu.

Como é difícil acordar e ver que seu beijo é de outro.

Como é fácil dizer que é difícil não te ter. Mas como é difícil dizer que é fácil te esquecer.

Como me calar diante de tanta contradição?
Se cada vez que te vejo fica mais fácil te amar. E mais difícil me afastar.

Já estou cansado. E fico mais triste cada vez que penso em você. Mas não consigo parar de pensar porque me deixa alegre lembrar dos detalhes de cada momento passado contigo.

Cada risada. Cada carinho. Cada olhar.

Se é fácil? É difícil até de dizer.



Outro qualquer.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

ummmm....

poisé... eu tava aqui pensando...
o que eu vou escrever hoje?
ouvi algumas músicas... procurei alguns escritos antigos...
vasculhei minha mente em busca de algo inteligente pra escrever...
Aí eu me lembrei que eu não preciso me preocupar com isso. Porque é pra isso que eu estou aqui, né?! Falar sobre o que eu tô pensando. E o que eu tô pensando é isso...
Tô pensando que eu tô muito cansada. Tô pensando que eu queria que meu trabalho só dependesse de mim, assim eu não teria que esperar pelos outros pra que as coisas fossem feitas. Tô pensando que eu não tô fazendo muita coisa pra minha vida em relação ao futuro, e em compensação tô pensando também que me preocupo demais com o que há de vir deixando de viver o presente. Oo
Tô pensando que minha cabeça tá meio confusa. Acho que tô vivenciando uma crise existencial, ou como queiram chamar.
Tô pensando que a vida às vezes cansa... E que é uma busca diária colocar cada coisa em seu lugar, definir o que é prioridade, o que é mais importante, o que vale a pena.

Tô pensando que eu queria não pensar em nada...

Pelo menos por uns minutos...


apenas alguém.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sem título

Quanto mais intenso e complicado é o período que estou passando na vida, mais dolorosa é a expressão do que sinto. Usar palavras, nesses momentos, é como despir-me de Ilusões. O chão desaparece, sigo em pé por milagre. Jogo no time do Medo. Temos vencido as últimas rodadas juntos. Principalmente, se o adversário é a Realidade.

Você.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Intervalo.

"Algo de importante está para acontecer em sua vida."

É incrível como sempre que você está passando por um momento extremamente delicado e difícil, aparece um felizardo que lhe retruca essa frase, como uma forma de consolo. Da melhor amiga à cartomante desconhecida, com certeza alguém lhe disse isso alguma vez. Mesmo que não seja com essas palavras.
Na maioria das vezes, você até fica feliz ao ouvir....quem sabe até um pouco mais empolgado. No entanto, a situação não parece melhorar nem um pouco. O algo de importante parece estar cada dia mais longe. Como pode essa situação ter algo ou, no futuro, significar algo de bom em minha vida? Só vejo desgraça por cima de desgraça. Até parece que a vida segue aquela regra matemática do menos com menos dá mais. Para mim, coisa ruim só atrai mais coisa ruim.

Espero estar errado. Espero que o "algo de importante" aconteça logo. Ou quem sabe o algo de importante é ruim mesmo, por que a gente só aprende com a dor. Espero que nesse pequeno intervalo, tenha conseguido me fazer entender, e passar uma mensagem (boa ou ruim, não sei).



Outro qualquer.

Teatro Mágico - A Fé Solúvel

"É, me esqueci da luz da cozinha acesa
de fechar a geladeira
De limpar os pés,
Me esqueci Jesus!
De anotar os recados
Todas janelas abertas,
onde eu guardei a fé... em nós


Meu café em pó solúvel
Minha fé deu nó
Minha fé em pó solúvel

É... meu computador
Apagou minha memória
Meus textos da madrugada
Tudo o que eu já salvei
E o tanto que eu vou salvar
Das conversas sem pressa
Das mais bonitas mentiras

Hoje eu não vivo só... em paz
Hoje eu vivo em paz sozinho
Muitos passarão
Outros tantos passarinho

Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça-me um favor
Um favor... por favor

A razão é como uma equação
De matemática... tira a prática
De sermos... um pouco mais de nós!

Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça me um favor
Um favor... por favor"

apenas alguém.




terça-feira, 20 de maio de 2008

Nada se pode fazer

"Eu faço as minhas coisas e você faz as suas, eu não estou neste mundo para atender às suas expectativas, e você não está neste mundo para atender às minhas. Você é você e eu sou eu e, se por acaso, nós nos encontramos, é lindo. Se não, nada se pode fazer." (Frederick Perls)

Esse parágrafo me intriga.

Você.

domingo, 18 de maio de 2008

Eu, prostituto de mim

Estava aqui pensando sobre escolhas. Decisões. O resultado, como sempre e como já devem estar acostumados, são frases que terminam com aquele ponto que lembra um guarda- chuva. Ultimamente, tenho considerado egoísmo não dividir as interrogações. Consideração meio estranha, mas vai entender! Vai me entender!!

(...)

O que são decisões? A escolha vem, necessariamente, depois da dúvida? Se eu duvidei, eu pensei. Mas...se eu não duvidei, eu não pensei? Então, se eu sou alguém com dúvidas, eu sou alguém que pensa. Mas...se eu sou alguém convicto, eu sou alguém que não pensa? Esse tipo de mecanismo de inferência sempre foi uma droga como tá sendo agora? E por que eu sinto que faço a escolha errada sempre? Por que sinto prostitur minha consciência e minhas convicções facilmente dependendo do pagador? Será que sinto porque é realmente isso que acontece? "Os convictos são prostitutos de suas consciências." Seria essa a conclusão mais importante do dia? Seria ela veraddeira?

(...)

Por mais furada que a conclusão seja, ela faz completo sentido. Penso eu. Se eu não possuo convicções, não tenho o que oferecer. Sou um poço de indecisão e, provavelmente, comprarei as escolhas do vizinho. O vizinho..esse sim têm pensamentos firmes e prontos sobres as coisas. Esse tem o que oferecer. E, provavelmente, venderá suas convicções. Prostituto de si. Faz completo sentido, por mais furado que seja!



Você.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pode ser você. Ou outro. - Parte II

Após o desastre do café, trocou de calça rapidamente, tentando não se irritar com a situação. No entanto, ao sair de casa, pisou com seu tênis branco recém-lavado em uma poça que tinha simplesmente brotado do chão. Para completar, um carro passou rapidamente, jogando uma onda de lama em seus pés, terminando o serviço de "enegrescimento" do tênis. Uma série de impropérios cabíveis àquela situação veio à sua mente, mas ele conseguiu se conter e ficar calado. Não sem descontar uma pequena parte de sua raiva em um poste próximo (o que lhe rendeu uma semi-fratura na mão).
Sujo, estressado, enraivecido e com a mão quebrada, continuou seu caminho pisando duro. Ao chegar na parada, seu ônibus estava vindo, graças a Deus, bem vago. Ele deu sinal, quase aliviado. Porém, o motorista não o viu e acelerou, jogando mais lama no tênis do pobre coitado. Agora, não deu pra conter. Os palavrões simplesmente jorraram, sem que pudesse contê-los. Para seu azar, uma senhora "de família" estava próxima, e começou a lhe dar um sermão, daqueles de doer os ouvidos. Ao subir no ônibus, quarenta minutos depois, suas orelhas ainda estavam quentes e um zumbido torturava seus tímpanos. Ele respirou fundo, passou na catraca e sentou-se, relaxando totalmente na cadeira. Finalmente, paz, pensou. Dois minutos depois, o ônibus parou e não moveu-se mais. Tinha dado o prego.
Ao chegar na faculdade, já tinha perdido mais da metade da primeira aula. As palavras do professor entravam em seus ouvidos como termos inintelingíveis de algum dialeto afro-hindu. Sua cabeça dóia, como se tivessem batido com um martelo em suas têmporas. Ainda tinha que aturar ver a moça que ele gostava de mãos dadas com o namorado. Tinha coisa pior?
Uma palavra do dialeto fez sentido em seus ouvidos: prova. O professor ia entregar a prova? Ah, mas ele achava que tinha ido bem, tinha estudado muito na véspera. A folha de papel veio da mão do "teacher" e caiu em sua cadeira como uma bomba: dois vírgula setenta e cinco. Basicamente, ele estava lascado.
(continua...)



Outro qualquer.

E o que você vai fazer a respeito disso?

Então é isso. Aconteceu. Você não queria. Você não imaginava. Você nem estava esperando nada. Você tava lá na sua, só vivendo. Ou você ansiava por isso. Passou dias esperando, torcendo pra que desse certo... e por fim... aconteceu.
Mas e agora? O que você vai fazer a respeito disso?
Porque no final das contas, isso é o que mais importa. O que você faz a respeito das coisas que te acontecem, como você reage, o que você aprende, como você encara os desafios da vida...
Isso faz de você quem você é.
E por hoje é só.


O que você vai fazer a respeito disso?


apenas alguém.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Metade exilada de mim

http://www.youtube.com/watch?v=JIFWpMzwUnc&feature=related

"Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus"

A mágica da música está em devolver, aos meus ouvidos, descompassados sentimentos moradores da minha alma. Agora, eles retornam leves e, ao mesmo tempo, pesados. É a mágica da música.

Você.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Pode ser você. Ou outro.

Cansaço. Um peso nos ombros. Parecia que aquele dia não iria acabar nunca mais. Tudo estava dando errado. Desastre na faculdade, trabalho, amigos, família. Ele não conseguia entender como em apenas algumas horas tudo tinha virado de pernas para o ar. Mal conseguia lembrar-se de como aquela sequência de catástrofes tinha começado. O café da manhã parecia uma lembrança tão distante, como se tivesse acontecido a vários anos atrás. Aliás, nessa hora que começaram os maus presságios: tinha derramado um pouco de café quente numa de suas calças favoritas. Será que derramar café dá quatorze anos de azar, igual quebrar um espelho? Bom, se não foram quatorze anos, pelo menos um dia de azar com certeza, dava. Ele tentou se lembrar se tinha cruzado caminho com um gato preto, passado por debaixo de uma escada, coisas desse tipo. Quem diria, um marmanjão daquele tamanho, com superstições do tempo das vovós. Quem sabe, Saturno tinha entrado no campo astral do seu signo e provocado toda essa tempestade de coisas ruins.
Calma, ele pensou, vamos por partes. Com um suspiro, todas aquelas lembranças péssimas de um único dia de sua vida voltaram à sua mente.


Outro qualquer.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sozinha

" A noite estava calma e silenciosa. A chuva deixara um frescor agradável no ar. Tudo parecia tranquilo, exceto pelo coração dela que gritava. Desde o começo ela sabia que não ia ser fácil... Conciliar sonhos que andam em direções opostas?! Praticamente impossível. Mas no fundo ela tinha esperança de que as coisas não fossem tão ruins assim, e de que aquele tal de amor poderia mesmo superar quase tudo. Ela queria chorar e se pudesse o faria, mesmo que piorasse ainda mais a situação, mesmo que demonstrasse fraqueza, mesmo que de nada fosse adiantar, ela só queria deitar na cama e chorar. Nunca se sentira tão só em sua vida, uma solidão estranha, que ainda não havia experimentado, solidão de quem deseja só, de quem gosta só, de quem ama só. Solidão de saber que quem está ao seu lado na verdade não está realmente tão ao seu lado assim. Vestiu uma saia e uma blusa, calçou um salto alto, enxugou o rosto, passou um rímel e saiu. Sem rumo, sem direção. Procurando algo que ela não sabia onde encontrar. Depois de andar apenas alguns metros, ela o avistou. Ele vinha apressado, quase sem fôlego. Ela baixou o olhar e as lágrimas vieram até seus olhos. Ele aproximou-se diminuindo o passo, enquanto ela fitava o chão. Ele levantou sua cabeça, segurando-a pela nuca e olhou diretamente em seus olhos, profundamente, como se tentasse ler sua alma. Por um instante ela esqueceu de toda solidão, de toda dúvida, de todo pensamento ruim que um dia já havia permeado sua mente. Naquele momento, ele realmente parecia um cara apaixonado. E ele falou, com uma voz doce e macia: 'Para de pensar nisso... Para de pensar em tudo que te aflige o coração agora. Eu estou aqui, e isso é o que importa. Eu estou aqui porque você é importante pra mim. Estou aqui porque nada do que você diga em qualquer momento de raiva vai mudar o que eu sinto. Olha pra mim... Eu te amo!' Então ele aproximou-se um pouco mais e envolveu-a em seus braços, o coração dela a palpitar de alegria, um sorriso já principiando a surgir nos seus lábios....
Foi quando ela acordou. Olhou ao redor, e nunca tinha sentido o quarto tão frio, tão solitário... A cama ainda feita, a televisão ligada pra ninguém, no celular nenhuma mensagem... Tudo continuava igual. Exatamente igual. O frescor da noite ainda entrava pela janela aberta. Ela chorou. "


apenas alguém.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Para fins exclamatórios

Até que ponto garanto que o esforço em tentar mascarar minhas falhas e preferências não interfere na integridade da minha essência pessoal?
Será que eu, de fato, sou quem penso que sou?
É possível que eu esteja abrindo mão da minha individualidade?
Mas...por que eu me sinto tão descartável?
A minha maior preocupação é fazer as pessoas enxergarem que podem me amar como eu sou ou é me moldar ao padrão de genialidade de alguém que elas queiram amar?

Presumo que temos aqui bastantes interrogações para fim de exclamação.

Você.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

____________

"É maravilhoso como você consegue
Falar diretamente ao meu coração
Sem dizer uma única palavra
Você consegue iluminar a escuridão
Tente como eu,
Mas nunca vou conseguir explicar
O que eu ouço,
Quando você não diz nada

O sorriso no seu rosto
Me faz saber que você precisa de mim
Existe uma verdade nos teus olhos
Dizendo que você nunca vai me deixar
O toque da tua mão
Me diz que você vai me segurar
Onde quer que eu caia
Você diz isso melhor
Quando você não diz nada..."
Ronan Keating, When you say nothing at all

Nada me parecia bom o suficiente para colocar aqui. Nada meu, digo. Então coloquei uma música de um outro qualquer.

Uma letra que todos podem ouvir mas somente alguns podem entender. Só os que viram a verdade registrada nos olhos de outro. Só os que realmente caíram e tiveram uma mão para segurá-los. Só os que sentiram um toque inesquecível em suas mãos, um calor que derrete até o coração mais frio. Somente os que escutaram, sem escutar, que ouviram o inaudível, que falaram sem dizer uma única palavra.

Outro qualquer não ouviria.
Ou não ouviu.
Então me diga, como é ouvir sem o outro dizer nada?


Outro qualquer.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Meu Eterno Amor

"Minha mente está a divagar, vivo de lembranças
um misto de emoções: Desilusões e esperanças
Alegria, contentamento, bem-estar
pois um dia em teus braços pude ficar
Tristeza, solidão, medo, saudade
Pois agora você se foi, e em mim só ficou vontade
Vontade de te amar como deveria e não fiz
te abraçar, beijar e estar ao teu lado como nunca quis
e agora quero! desejo! espero...

Mas quando volto à realidade só resta em meu peito a dor
de ter que ver você a amar um outro amor
com todo o seu carinho assim como me amou
e eu tão imatura não soube dá o devido valor

E talvez você não me queira mais
Te feri tanto, que até mereço
Só espero que não seja orgulho
aumentaria meu desespero
Se não me amas.. se não me queres...
tentarei me olhar no espelho
e entender o porquê de todo seu desprezo

Mas se ainda estás magoado, tens medo de se iludir
Preste bastante atenção, não vamos permitir
que os nossos sonhos e anseios venham a ruir
Porque és meu e sou tua
E isso nunca irá mudar
Mesmo que porventura um dia
a outra pessoa eu venha amar
E você sabe disso, eu sei qeu você sente
assim como eu, que vai durar eternamente
Em cada troca de olhares...
Em cada toque das mãos...
Em cada leve sorriso...
Em cada pulsar do coração..."

(03/08/04)


apenas alguém.


terça-feira, 6 de maio de 2008

Vitória nossa de cada dia

As palavras não são minhas e, mesmo sabendo que minhas letras de nada valem, assino embaixo.

" (...) Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. (...) Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia." Clarice Lispector

Você.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Música


Estava aqui pensando como a música me fascina. A boa música.
Ela vem como uma onda... e parece entrar por cada poro do meu corpo, arrepiando tudo!
Não precisa ter letra.... Pode não ter instrumentos...
É a música. Música em suas diversas formas. Tudo em sintonia e sincronia.
Acordes bem elaborados e bem executados, com paixão, com amor e com técnica. As vozes tão suaves, limpas e claras. Macias. Parecem flutuar nos ouvidos...Os olhos se fecham lentamente na esperança de que os ouvidos se abram ainda mais, e tudo me envolve.
A cabeça fica leve, dá uma vontade de sorrir, de pular, de cantar, de gritar, de deitar, de abraçar, de chorar, de sonhar... Tudo ao mesmo tempo... Vontade de não fazer nada, só ouvir... Só estar ali... Perto.
Vontade de saber mais! de saber muito mais... De conseguir despertar em outros o que em mim é despertado.
De causar aquele frio na barriga gostoso, fazer surgir um sorriso... Acalmar corações...
Chega a ser quase impossível compreender como alguém pode não apreciar uma boa música. Mas é bem verdade... a maioria não o sabe. Por falta de concentração... falta de interesse... de conhecimento... sensibilidade... As vezes por falta de tempo e as vezes falta de prioridade.
Mas acho que é assim mesmo... As pessoas são diferentes. Há quem se empolgue (ou não) com tudo.
Sei que seria muito difícil pra mim se me fosse obrigado, por algum motivo, a viver sem a música. Ela, que me acompanha desde os meus primeiros passos, já foi motivo de choro, de consolo, de alegria, de empolgação, de devoção, de alento, de dor, de prazer... Músicas, ritmos, tempos, instrumentos e vozes os mais variados. Companheira sempre presente, só podia ter sido criada por quem foi, e com a finalidade que tem. Mesmo que quem a use não a use com o objetivo em mente, ele já é o que é e por isso é efetivo.
Para um pouquinho, pega um cd.. um disco... uma fita... Procura uma boa musica pra ouvir.
Deixa ela te tocar, te levar... Deixa o teu coração ser envolvido. Ouve cada acorde e sente o que ele pode te proporcionar. Deixa dá aquela vontade de chorar de tão lindo! Você vai abrir os olhos, contemplar o céu, e perceber que ele nunca esteve tão azul.


E
aqui fica a minha dica.



apenas alguém.




domingo, 4 de maio de 2008

"E fomos educados para o medo...

...Cheiramos flores de medo. Vestimos panos de medo. De medo, vermelhos rios vadeamos." Carlos Drummond de Andrade

Estava aqui pensando...acho que o medo é o que melhor representa a nossa fragilidade diante do que a vida é e traz consigo. Se a minha premissa for verdadeira, temos uma complicação. É que, na verdade, se Você assume que tem medo, não está assumindo que é fragil obrigatoriamente. Se Você assume que é frágil, não está assumindo que tem medo. Na prática, assim acontece. Os dois conceitos não estão gravados em nossas mentes de maneira claramente interligada. Eis a complicação. Penso que vale a pena exercitar a conexão. Poderíamos pensar em 'medofragilidade' ou em 'fragilmedrosidade'. E não sinta-se ridículo se, casualmente, o exercício resultar em neologismo estranho...esse foi o resultado aqui. Posso aprimorar a idéia... estarei aqui pensando!


Você.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Desabafos

"Rostos estranhos, corpos inertes, mentes vazias. Falsa alegria, prazer fulgaz. Na boca um sorriso, no olhar a desesperança, o medo, o desespero. Não saber em quem confiar, em quem realmente acreditar. Perceber que os sonhos não estão se realizando e nada é realmente como parecia ser. Esse é o retrato das pessoas no mundo de hoje. Correm pra todo lado, realizando mil coisas ao mesmo tempo e fingem que também estão realizadas, que tudo está bem e a vida é maravilhosa. Mentira!! Ilusão! É tudo uma capa pra impedir que o verdadeiro sentimento, aquele que tá lá no fundo do coração, apareça. Brincadeiras que escondem o medo de falar, de se abrir, de expressar o que realmente se passa. Isso porque não conhecem quem possa ajudar, com quem possam conversar. Alguém que vá aconselhar porque lhe ama, e não porque vai receber algo com isso. Solidão. Não por estar fisicamente só, mas por se sentir sozinho mesmo estando com várias pessoas. Solidão que reflete a falta de compromisso que reina na sociedade. Não se comprometer é a lei, não se ligar, não se responzabilizar, não estar nem aí... E parece bom, parece legal, mas não é isso que faz bem ao ser humano, não é isso que nossa alma anseia.
E fala-se de um amor... Amor esse que acaba, que tem fim quando qualquer atitude do outro contraria sua vontade. Isso não é amor! Amor não é para o meu benefício. Amor não é apenas pro meu prazer. Amar é se dar... é se doar por inteiro. É se importar, se preocupar e acima de tudo se COMPROMETER. É querer bem, é cuidar, é estar disposto a renegar seus próprios prazeres pelo prazer do outro. E isso não é exagero não! Não é nenhum martírio. Isso traz uma recompensa e um prazer que nem dá pra explicar. As vezes a gente se magoa, as vezes a gente chora (e não se iluda, você vai chorar!), mas isso faz parte da vida. Deixa os sentimentos aparecerem... deixa o coração se mostrar... Deixa as lágrimas de alguém fazerem brotar lágrimas em você também... Deixa o sorriso surgir no rosto quando alguém se alegrar... Permita-se SENTIR!! O diferencial vai ser a forma que você vai agir depois que isso acontecer. Porque é aquela história e você já deve ter ouvido: Não interessa muito o que lhe acontece na sua vida e sim o que você faz a respeito disso...
21/02/2005"


apenas alguém.

Eu não tenho muito a te escrever


Tenho pouco. Senão minhas declarações de amor... que são tuas. Mais fácil seria se não trouxesse confusão à minha cabeça. Mais fácil seria se nada sentisse quando você passa. Se não o visse na minha frente quando fecho os olhos e respiro fundo. Se não chorasse ao abrir os olhos e perceber que era tudo imaginação. Apesar de achar que vou ser infeliz pro resto da vida, de ter a impressão de que agora está sozinho e assim, verdadeiramente, ficará pro resto dos dias, apesar de morrer por dentro quando lembro do que fiz, apesar de conviver com o fator desconhecido, ainda respiro! Respiro fundo, fecho os olhos e o vejo na minha frente.


Você.