quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Acordo


Stênio Marcius


Me diga, andorinha, você que já voou o mundo inteiro
Se houve um momento só, por cima de um continente
Por sobre qualquer cidade, em que te faltou o céu?

Será que o infinito espaço a teu redor é suficiente

Pra voares livre e viver feliz?












Me diga, peixinho dourado, senhor do vasto oceano
Que brinca nas correntezas, se esconde em velhos navios

Mergulha nas profundezas, sem nunca chegar ao fim

Será que os 7 mares que são teus têm bastante água

Pra nadares livre e viver feliz?












Puxa uma cadeira, minh'alma, que eu quero te perguntar
Porque me roubas a calma, me botas tristeza no olhar?

Vamos entrar num acordo, vida tranquila viver

Lembra daquilo que o Mestre falou:
"A minha Graça te basta!"

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Ciclos. Círculos.


"Amor, me perdoa. Por favor, me perdoa. Não era o que eu queria. Não era. É você que eu quero. Só você. Por favor. Eu não consigo viver sem você. Não consigo mais respirar sem você, você é o amor da minha vida.
Eu sei que já disse isso, eu sei que já prometi que nunca mais ia acontecer. Mas dessa vez é sério. Foi quase um acidente, amor. A gente só se beijou uma vez. Por favor me perdoa. Não consigo viver sem você. "

Não consegui ler mais. A vista foi ficando turva. Não tinha mais lágrimas pra chorar. Como podia ter feito aquilo? Era o meu amor, só meu. E foi de outra pessoa. De novo.

Eu não aguento mais. Só pode ser brincadeira. Como pode existir uma pessoa tão cara-de-pau? Pra vacilar do mesmo jeito, com a mesma pessoa? A mesma coisa. Duas vezes.

Acho que trouxa fui eu, que caí na mentira. Na pura armação. Melhor me afastar e deixar os dois serem felizes juntos.

Eles vão ser felizes. E eu? Quem vai enxugar minhas lágrimas? Quem vai me dar um abraço forte? Um "eu te amo" verdadeiro? Alguém se habilita?

Nada. Ninguém.

Como é? Quem?

Ha, ha. Tá bom. Ele me ama de verdade? Ele nem existe. Um monte de gente aí fala dele mas eu não acredito não. Se ele fosse de verdade, o mundo não estaria como está hoje. Só tem desgraça. Cadê ele pra ajudar? Que amor é esse?

Do jeito que eu sou? Que amor é esse? Isso não existe. Alguém já me disse isso e eu, de trouxa, acreditei. E pra quê? Só pra me fazer sofrer. Só pra me fazer chorar, me deixar na mão.

Eu não quero. Não mereço esse suposto "amor". Não quero. Pode dizer para ele que não quero que me ame. Não importa, você não disse que consegue falar com ele, que ele atende suas rezas, suas "orações". Pois fale com ele, e peça pra ele deixar de me amar. Não quero carregar esse fardo de alguém me amar, mesmo que eu não acredite nele. Não quero.

Será que eu não quero mesmo? Poxa é amor. Quem não quer amor? E, se eu não posso vê-lo, ele não pode me trair, pode? Até por que se ele for ele mesmo, então ele pode estar em todo lugar. Ele é de todo mundo, pai de todo mundo. Não pode me trair.

Mas eu tenho medo. Não quero sofrer de novo. Se me traírem mais uma vez...eu...nem sei o que faço.... será que vale a pena tentar?

Vale a pena tentar?




Outro qualquer.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Alvorada.


Ao olhar para os primeiros raios de sol que surgiam, Mel remexeu-se quase imperceptivelmente. Seus dedos crisparam-se, revelando uma enorme inquietação interior. O seu cabelo, antes muito bem cuidado, tinha um castanho fosco, despenteado, sem vida. A vida, a vida dela não era mais a mesma desde que ele fora embora. Sem que ela pudesse controlar, seu pensamento cruzou o tempo, mostrando lembranças de momentos felizes. Soluço. Gosto de sal na boca.
A alvorada se pronunciava. A bela moça de cabelos cor de cobre olhou para o céu cheio de nuvens. Lindo. Uma visão inesquecível. Um dos melhores momentos de sua vida. Só para confirmar, virou a cabeça, os olhos procurando aquele que era a razão de sua felicidade. Um sorriso dele aqueceu seu coração e fez arrepiar seus braços. O rapaz envolveu-a em um abraço forte, longo, que quase a deixou sem respirar. Ela adorava esse abraço. Os dois pareciam feitos um para o outro. A moça aninhou-se ainda mais nos braços daquele que mudara sua vida. Marco transformara um mar de dor em felicidade. Nada poderia destruir essa felicidade. Nada.

Apenas uma lembrança. O pensamento passou como um choque pelo corpo da moça. Lágrimas correndo por um rosto bonito, jovem, coberto por um espesso cabelo castanho, muito bem cuidado. A face revelava um ódio contínuo, ferido, daqueles que nem o tempo pode apagar. Seus olhos gritavam o que nem mesmo palavras tinham poder de expressar. Ela jamais conseguira esquecer aquele olhar. Sentia-se mal cada vez que lembrava. Aquele olhar a fazia sentir-se uma traidora, uma criminosa, uma ladra.
Mel odiava aquela que roubara sua felicidade. Mal podia acreditar que, depois de tantas juras de amor, tantos beijos, tantos abraços que a deixavam sem fôlego, Marco a deixara por outra. De um dia para o outro, sem sobreaviso. Simplesmente se fora, deixando uma tulipa vermelha como último presente. A flor não sobrevivera nem cinco minutos depois de sua partida. Mel a rasgara como Marco rasgara seu coração. Agora, naquelas primeiras horas da manhã, enquanto ela chorava e sofria por um amor que não a merecia, ele estava com outra.

Ela sentira-se como a outra. Mas não por muito tempo. As palavras de Marco, seus presentes, seus olhares a tornaram a única, aquela que tinha seu coração. O remorso que sentira por tirar o rapaz de outra diminuíra, ficando apenas a lembrança daquele rosto. Nem mesmo o nome ela lembrava.

Mel lembrava. Lembrava de todos os detalhes. A outra era bonita, olhos verdes, cabelos com uma cor de cobre exótica, inesquecível. Marco não tinha como resistir. Talvez tivesse. Se a amasse de verdade, ele teria resistido. Mas por que ela não conseguia esquecê-lo? Por que as lembranças a perseguiam como flechas rasantes, cortando seu corpo pouco a pouco? Ela não sabia mais o que fazer. Só restava esperar a dor passar. Esperar que o dia que começava trouxesse coisas boas, sorrisos, quem sabe um novo amor. Esperar que aqueles primeiros raios de sol sejam prenúncios de um tempo melhor. Esperar.

Marco precisava sair. Júlia não queria deixar. Queria ficar em seus braços apenas um pouco mais. Ele desvencilhou-se dela, carinhosamente, com cuidado e foi arrumar-se. Ela foi para a varanda, contemplar o resto da alvorada. O calor vindo de lá era incomparavelmente inferior ao do corpo de seu amado, mas ainda assim era bom. Júlia permitiu-se devanear, aproveitar cada momento de sua felicidade. Nada poderia destruí-la. Nada.
Marco estava pronto. Silencioso como sempre, deixou uma lembrança em cima da cama. Olhou para a varanda, como para memorizar aquela última imagem. Júlia linda, numa varanda incrível, contemplando a alvorada. Essa ele nunca ia esquecer. Sem um ruído, o rapaz saiu porta afora. Em cima da cama, refletindo os raios de sol, estava uma flor. Uma tulipa vermelha.




Outro qualquer.

domingo, 21 de junho de 2009

Palmas para a esperança


O alívio por poder consertar os erros. A alegria em lembrar das montanhas escaladas, dos obstáculos vencidos. A vontade de fazer diferente. A sensação de segurança independente da circunstância. Os óculos escuros que mostram a luz no fim do túnel.


A Esperança está de parabéns.

Palmas para ela!



Você.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Limiar

Onde fica a linha divisória entre aquilo que eu quero que seja e aquilo que eu vejo que é pra ser?
Como as minhas emoções distorcem a minha visão da realidade?

Pensei que isso era o que eu queria, aliás, eu ainda quero.
Mas como controlar esse frio na barriga e a vontade de chorar?
Seria um sinal de que na verdade o que quero não é pra ser?
Ou será que é apenas a constatação óbvia de que a realidade é um tanto quanto incomoda mas nem por isso não é o que deveria ser?!

Confuso, eu sei...

Também estou...

sábado, 6 de junho de 2009

Para que apenas uma pessoa, aquela pessoa, possa ver e ter.


Você sabe aquele aperto no peito? Sabe aquela raiva que dá quando Você tá sozinho na rua e vê um casal feliz juntinho? Sabe aquele sorriso que Você abre quando o telefone toca? Sabe aquele cheirinho que Você sente quando fecha os olhos? Sabe aquela vontade enorme que a quinta passe voando? Sabe aquele desejo que a sexta passe se arrastando? E o sábado, e o domingo? Sabe aquela vontade de parar no tempo, de congelar tudo ao redor? Sabe aquela risada gostosa que Você dá mesmo que a piada seja sem graça? Sabe aquele frio na barriga?
Sabe aquela vontade de não ir embora? Sabe aquela sensação muito boa de ser livre e de libertar tudo isso que fica tão dentro de Você? Tudo isso que é tão grande? Sabe como é ter aquele alvará que permite que Você coloque na vitrine tudo que quiser?
Sem preço, sem prazo nem validade. Para que apenas uma pessoa, aquela pessoa, possa ver e ter.
Você.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

3 segundos.


É... é falta de tempo mesmo. Parece que tudo se amontoa na mesma hora e sufoca você. As poucas horas vagas servem apenas para recuperar o fôlego e afundar novamente em família, trabalho, estudo, responsabilidades, deveres... não que seja errado, mas às vezes a gente exagera um pouco. O lazer é quase uma heresia: como posso me divertir se tenho três trabalhos para fazer, dois seminários, arrumar meu quarto, lavar a louça e outra pilha de tarefas a se realizar. Às vezes, até olhar orkut e msn se torna uma coisa escondida, secreta.
Devemos cumprir nossas responsabilidades, claro. Mas sempre, quando o cansaço ou o desespero bate, respirar fundo é bom. Ir ao cinema, comer um chocolate, escrever no blog. Desopilar. Afinal, ninguém é de ferro. O dia tem 24 horas. Pelo menos uma hora tem que ser reservada ao sagrado relaxamento. Como agora, por exemplo. 3 segundos reservados para escrever no blog. Relaxar.

Estou de volta, apenas alguém.


Também senti sua falta.



Outro qualquer.

Falta de tempo ou descaso?


...acredito que apenas falta de tempo.


Saudades de Você, Outro Qualquer!



Apenas Alguém...

terça-feira, 28 de abril de 2009

maiorIDADE


Afinal, será que a maiorIDADE realmente é a MAIORidade?!
Será que os anos trazem sempre maturidade e sabedoria? Deveriam.......
Como seria bom se as agruras da vida nos fizessem crescer...
Se os degraus no caminho nos fizessem subir e não desisitir...
Como seria bom se reconhecessemos diariamente o dom da vida...
Se agradecessemos a quem de direito por todas as dádivas recebidas...
Se nos dedicassemos a melhorar a vida de alguém...
Se abrissemos sempre um sorriso pra quem precisa de um conforto...
Se abrissemos sempre os braços pra quem precisa de um aconchego...
Como seria bom se em cada ano que inicia pudessemos ver a mão Dele a cuidar...
Se procurassemos a cada decisão ser mais parecidos com Seu Filho...

Como seria bom se todo dia lembrássemos a alegria que é viver...

e não apenas no nosso aniversário.

A todos os aniversariantes do dia, um desejo de muitas surpresas agradáveis e da permanencia, transbordamento e difusão da sabedoria que vem do alto!




sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Have you ever really loved a woman?

To really love a woman, to understand her
You've got to know her deep inside
Hear every thought, see every dream
And give her wings when she wants to fly
Then when you find yourself lying
Helpless in her arms
You know you really love a woman

When you love a woman
You tell her that she's really wanted
When you love a woman
You tell her that she's the one
'Cause she needs somebody to tell her
That it's gonna last forever
So tell me, have you ever really
Really, really ever loved a woman?

To really love a woman, let her hold you
'Til you know how she needs to be touched
You've got to breathe her, really taste her
'Til you can feel her in your blood
And when you can see your unborn children in her eyes
You know you really love a woman.

When you love a woman
You tell her that she's really wanted
When you love a woman
You tell her that she's the one
'Cause she needs somebody
To tell her that you'll always be together
So tell me have you ever really
Really, really ever loved a woman?

You've got to give her some faith
Hold her tight, a little tenderness
You've got to treat her right
She will be there for you, taking good care of you
You really gotta love your woman, yeah

And when you find yourself lying helpless in her arms
You know you really love a woman.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

E se foi tudo fruto do nada?? O que fazer??

"PÁSSARO ,NÃO SEI QUAL, CANTOU

E A MATA EM SILÊNCIO ESCUTOU

ERA CANTO DE AMOR, POESIA

ERA CANTO DE AMOR, POESIA

CACHOEIRA , LÁ LONGE, RESPONDEU

E TODA A MATA SE ENCHEU DE HARMONIA

ERA CANTO DE AMOR, POESIA

E TODA A MATA SE ENCHEU DE HARMONIA

DIA RAIOU, SOL BRILHOU

DESPERTOU QUEM DORMIA

CHEIRO DE CHÃO SE DISPERSOU

POR TODO O CANTO QUE HAVIA

RIACHO,DO SEU JEITO, MURMUROU

A ÚNICA CANÇÃO QUE SABIA

E O VENTO, DE ESPALHAR SE OCUPOU

E ENTÃO COMEÇOU NA MATA SINFONIA







E ERA SÓ MAIS UM DIA..."