quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Amor, sublime amor



Bem-aventurados aqueles que nunca levaram uma surra de cinto.

Isso é verdade. 
Dói muito.
E depois ainda vem o ardor.
Mas o pior de tudo é o durante.
Quando você olha nos olhos de seu pai e você vê, além de raiva, frustração.
Não dá pra saber o que ele está pensando.
Alguns acham que é satisfação, alegria.
Pra mim, é decepção. E sentir isso vindo de alguém que ama tanto, dói.
A dor do impacto é quase nada. A dor de dentro é muito pior.
É quase como se visse cada lágrima derramada, não de satisfação, mas de amor. Cada lágrima de amor, amando cada vez mais. Mesmo frustrado, decepcionado. Aquele amor nunca vai diminuir.
Por que nossos pais nos batem? Por que nos deixam de castigo?

Porque nos amam.

Simplesmente.

Bem-aventurado aqueles que nunca levaram uma surra de cinto.
Isso é verdade? 
Não é verdade.
É dessa forma que sinto amor. 
Mal-aventurados aqueles que nunca levaram uma surra. Seja de seu pai, de sua mãe. De alguém que lhe ama. Mesmo de Deus.

As surras dEle são as mais doloridas. Mas são as que correm maiores lágrimas. Lágrimas de um amor que jamais irei entender.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu nuna apanhei de cinto, mas pode acreditar que a chinela de couro na mao doi pra caramba... Lembro que as vezes eu queria que meu pai gritasse comigo e brigasse ao inves da piza precedida da explicacao que fazia doer o coracao. O diferencial eh q Ele nao se decepciona, Ele ja sabe que a gente vai errar...